quinta-feira, 11 de julho de 2013

Não sou um Serial Killer

Título: Não sou um Serial Killer
Série/Saga: Jonh Cleaver, #1
Autor: Dan Wells
Edição: Contraponto
Nº de páginas: 238
ISBN: 9896661200


"John Wayne Cleaver é um rapaz perigoso – muito perigoso. E passou a vida a tentar não cumprir o seu potencial.

É bem-comportado, calado, tímido e reservado, mas incapaz de sentir empatia e de compreender as pessoas que o rodeiam. Prefere conviver com os mortos; o seu trabalho (e passatempo favorito) é embalsamar cadáveres na casa mortuária que pertence à família. Além disso,
partilha o nome com um famoso serial killer e tem uma obsessão quase incontrolável por psicopatas e assassinos em série. Sob estas circunstâncias, parece que o seu destino está traçado.
Contudo, Cleaver tem consciência das suas invulgares características, e quer a todo o custo impedir-se a si mesmo de matar. Para tal, criou um conjunto de regras muito precisas: tenta cultivar apenas pensamentos positivos pelas pessoas que o rodeiam (até pelo bully do
liceu), evita criar laços ou interessar-se por elas (tem apenas um amigo da sua idade) e, sobretudo, tenta a todo o custo manter-se afastado do fogo (que gosta de atear), dos animais (que gosta de dissecar) e de locais e vítimas de crimes. As suas regras vão ser postas à prova quando é encontrado um corpo terrivelmente mutilado – e depois um segundo, e um terceiro. 
Será que na sua pacata vila existe uma criatura ainda mais perigosa do que John Wayne Cleaver?"


Já li este livro há uns tempos (sim, é uma das muitas opiniões atrasadas que tenho) e entretanto até já li o segundo volume. Talvez isso queira dizer que não é assim tão mau mas a verdade é que também não o achei a obra-prima de que toda a gente fala.

A sinopse não esconde muito da trama nem deixa espaço a muito mais sem entrar em spoilers, de maneira que não vou falar muito do enredo em si. Devo apenas referir que este se pode, claramente (em minha opinião) em duas partes. Numa primeira fase conhecemos John Wayne Cleaver, um jovem adolescente que, por sofrer de sociopatia, é incapaz de estabelecer relações sociais normais. John não tem amigos e é completamente  "viciado" em serial killers e em tudo o que lhes diz respeito. Por causa dessa fixação, apercebe-se que sofre de alguns dos males que indicam que uma pessoa se pode vir a tornar uma verdadeira máquina de matar. Na verdade, o jovem luta a cada momento com o Senhor Monstro, a parte mais negra da sua personalidade. Com este primeiro contacto conseguimos perceber que John é um jovem com uma enorme força de vontade, embora seja algo sinistro e tenha gostos demasiado estranhos e negros para um adolescente normal. Na pequena comunidade em que vive é ignorado - quando não maltratado - pelos da sua idade e acarinhado pelos adultos que o vêem como alguém muito responsável. Excepto a sua mãe, ninguém tem a verdadeira noção da luta interior de John e daquilo por que ele passa. A sua vida normal vai ser abalada quando se apercebe que há um serial killer à solta na pacata cidade em que vive.

Até aqui tudo bem. A escrita é simples e fluída e há sempre um ou outro aspecto que nos faz querer ler mais. As semelhanças entre as personalidades de John Cleaver e de Dexter são evidentes - é quase impossível deixar de lado as comparações - e era isso que tornava a história interessante. Pensei que ia saber ou perceber mais sobre alguém que sofre de sociopatia, que o personagem ia acabar por se ver numa situação em que ia ter que fazer opções difíceis e, talvez, ter que matar alguém mas... Bem, as opções difíceis estão lá, contudo é aqui que entra a segunda parte da narrativa. Aquela que de inicio parecia uma narrativa realista acaba por se tornar algo sobrenatural e que não me satisfez minimamente. Analisando bem as coisas, talvez o autor (que escreve ara aquele publico americano que é tão empedernido para umas coisas e tão susceptível com outras) tenha optado por não arriscar cair nas más graças do público e dos seus pais ao fazer um jovem adolescente matar "realmente" alguém mas... Enfim, o recurso escolhido é completamente inverosímil e despropositado. Atrevo-me a dizer que foi um choque depois de um início tão realista. Depois do primeiro embate e de nos habituarmos à ideia a coisa até vai passando, continuamos com vontade de saber como é que acaba e o ritmo da narrativa não sofre quebras mas já não é a mesma coisa. 

Enfim, não foi uma leitura má mas não era o que eu esperava e acabou por ser tornar um bocado esquisita com a introdução de elementos sobrenaturais inesperados. É bom para ler na praia ou numa tarde de fim de semana.

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