quinta-feira, 4 de abril de 2013

A Lenda de Sapphique

Título: A Lenda de Sapphique
Saga: Incarceron (Incarceron, #2)
Autor: Catherine Fisher
Tradução: Mário Dias Correia
Edição: Porto Editora
ISBN: 9789720045843
Nº de páginas: 360


"Ele foi o único que escapou.
Agora tem o poder de os salvar... ou destruir.

Finn conseguiu fugir de Incarceron, a terrível prisão viva e o único lar de que tem memória, mas a liberdade está longe de ser o que imaginava.
Cláudia acredita que, se Finn reclamar o direito ao trono do Reino, será capaz de libertar Keiro da temível prisão; mas o Exterior não é o paraíso idílico com que Finn sonhava e o jovem vê-se subitamente prisioneiro de um obscuro jogo de intrigas e mentiras, que adia os seus planos.
Entretanto, na obscuridade de Incarceron, os prisioneiros falam de um homem lendário - Sapphique, o único que conhece os segredos e o único capaz de destruir a prisão. São inúmeras as histórias sobre as suas façanhas, mas haverá alguma verdade nelas? Será que ele existe mesmo?
Dentro e fora, todos aspiram à liberdade... como Sapphique."


Tenho andado a adiar a escrita desta opinião. Não é apenas a falta de tempo é, sobretudo, a dificuldade em escrevê-la. Não sei se alguns de vós já se aperceberam (provavelmente os que me seguem no goodreads) mas este foi o tal livro que demorei um mês a ler. Estava bastante curiosa, pois embora não tenha achado o primeiro livro nada do outro mundo, tinha gostado bastante da ideia por detrás da história (uma prisão criada pelo homem, dotada de inteligência própria...) e esperava que a autora se redimisse neste volume. Na verdade, tinha esperança que o volume anterior tivesse funcionado apenas como uma introdução e que agora as coisas "começassem a aquecer". Estava enganada.

O melhor do livro (que é o último da saga, thank God!!) continua mesmo a ser a prisão - a sua inteligência, as suas vontades e  as suas acções (que podiam ter um bocadinho mais de mistério). Mas este é apenas um aspecto secundário em toda a trama, porque a coisa na verdade gira toda em torno do príncipe herdeiro desaparecido e de uma revolta no reino contra a rainha malvada. As vontades de uma menina mimada e de uma velha igualmente mimada são o ponto que domina a narrativa.
Posso ser uma excepção no meio de todos os leitores desta saga mas a verdade é que me interessava mais saber sobre a prisão, sobre o mundo dos sappienti, sobre o próprio mundo que, aqui, se encontra por decreto real parado numa época longínqua e medieval existindo a proibição do uso de tecnologias e de tudo o que vem do nosso tempo. Mas esses são precisamente os aspectos que a autora descura para dar maior ênfase a uma espécie de romance egoísta e a uma intriga palaciana mal urdida. No fim lá conseguimos ser (um bocadinho pequeno) surpreendidos mas, lá está, num assunto que tem que ver com a prisão e o prisioneiro mais conhecido de todos os tempos - Sapphique.

Foi livro que me custou mesmo muito a ler, por pouco não desisti (mas nestas coisas sou persistente). Estava sempre à espera de uma mudança nos personagens (que achei para lá de estereotipados), de algo que os tornasse mais humanos ou profundos; esperava uma grande reviravolta que mudasse de forma inesperada o rumo das coisas; queria elementos novos que enriquecessem a história. Nada disso aconteceu e a leitura acabou por se revelar um verdadeiro martírio. Talvez o defeito seja meu. Talvez não fosse a altura certa. Não sei... a verdade é que não vou recomendar a ninguém senão àqueles que gostaram verdadeiramente do primeiro volume.

2/10

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