terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

Top Ten Tuesday - Top Ten Best Bookish Memories

Uiii, isto das dez melhores memórias relacionadas com livros requer um bocadinho de reflexão. Mesmo assim, sou capaz de não conseguir as 10. Vamos lá tentar então que isto promete ser algo longo e deixar-me "com a lágrima no canto do olho"!

1- A minha primeira memória ligada com livros, daquelas que ainda hoje me traz um sorriso aos lábios, está ligada com os livros da Disney. Não sei se a coisa existia quando vocês eram pequenos mas, quando tinha uns 4 anos começaram a sair, em fascículos, uns livros da Disney com uma cassete para ouvirmos também a história. Eu adorava, adorava ouvir as cassetes no carro, a caminho do infantário. Mas  gostava ainda mais dos dias em que os meus pais me iam buscar e traziam um novo fascículo e depois íamos para casa arrumar tudo na pequena estante de plástico amarelo (do Mickey, claro) e ver as imagens do livro novo. Acho que foi com estes livrinhos que comecei a ficar viciada!!

2 - Outra das minhas mais agradáveis memórias livrescas também não é apenas um momento mas prende-se com vários momentos distribuídos por 2 ou 3 anos da minha vida. Quando deixámos o Porto (onde havia os livrinhos da Disney e outros) viemos para uma cidade, não muito grande, no interior do Alto Alentejo (haja mudanças drásticas) para onde voltei há um par de anos. Na altura aqui não havia nenhuma livraria nem nada que se lhe parecesse (hoje há uma livraria muito pequenita!!) e deitar a mão a livros dos quais gostasse era um acontecimento. A dado momento comecei a ir passar os fins-de-semana a Évora com a minha tia, para ir às aulas de pintura e desenho (aqui também não havia!!)e como era bom... Foi a minha tia que continuou a alimentar este meu gosto pela leitura. Nos sábados à tarde levava-me sempre às 3 livrarias que havia em Évora e comprava-me um livro (dois, quando a carteira estava de boa saúde) para eu ler durante a semana. Eu fazia a minha parte e quando podia, guardava o dinheiro dos lanches. Mas mesmo quando nenhuma das duas podia, as visitas às livrarias eram sempre o ponto alto do meu fim-de-semana porque a minha tia me deixava vaguear à vontade, ver tudo com calma e desfrutar do "passeio literário". Adorava os sábados. Adoro a minha tia. :)

3 - Foi também a minha tia que me deu os livros que marcaram a transição de leituras mais soft e juvenis para coisas mais a sério. Quando fiz, 14 anos ela veio de Évora para almoçar connosco e depois da cantoria e de nos lambuzarmos com bolo, deu-me um embrulho grosso que pesava um bocado. Antes de abrir aquilo lembro-me de ter pensado cá para mim "Tão e os livros?" mas depois... Eram as Brumas de Avalon. Já não me recordo se eram apenas os dois primeiros volumes e os outros dois vieram depois ou se eram mesmo os quatro volumes. O certo é que era a edição da Difel que devorei à velocidade da luz e que marcaram não apenas uma época da minha vida mas, acima de tudo, os meus gostos literários.

4 - A primeira vez que vi (assim mesmo ao vivo e a cores) uma autor estrangeiro e internacionalmente conhecido foi em Lisboa no lançamento de Danças e Contradanças da Joanne Harris. Talvez tenha sido em 2002, pelas contas que deitei à minha vida académica. Além de ser uma novidade e de a senhora me ter dito que adorava o meu casaco (um casaco comprido, tipo sobretudo, verde-alface que ainda hoje uso de vez em quando. Claro que aquilo podia ter-lhe magoado a vista e ela ter falado nele porque estava de tal modo enjoada que não se lembrava de mais nada para dizer!!), a experiência valeu muito pelo facto de o meu namorado ter consentido acompanhar-me ao El Corte Inglés nesse final da tarde de sexta-feira. Não foi só o facto de ele ter ido comigo. Foi, sobretudo, o facto de não se ter ido perder na zona dos jogos de consola e ter ficado comigo na fila para os autógrafos, quando o rapaz foge de livros como o diabo da cruz. Foi uma espécie de declaração silenciosa do tipo "Aceito-te como és, mesmo com esse problema literário que tens. Amo-te tanto que estou disposto a passar por estas cenas só para estar contigo". Bem, devia ser verdade porque ainda estamos juntos (e ele continua a não ler nem duas linhas!!!).

5 - Tinha começado antes mas a coisa prolongou-se tanto no tempo que por altura da ida ao El Corte Inglés  acima mencionada ainda durava... Acho que este só conta como momento especial porque me fez descobrir reservas de paciência que desconhecia e porque foi o que fez com que a minha irmã começasse, posteriormente, a ler...  Claro que também vale pelos momentos que passámos juntas!! Falo da minha leitura dos 5 primeiros volumes da Saga Harry Potter para a minha irmã, em voz alta e com "vozes" diferentes para cada personagem. Como é que isto começou? Não faço a mais pequena ideia. Mas durou... Apesar de tudo, valeu a pena e já me vi tentada a repetir a experiência com estes ou outros volumes (é melhor não dizer isto muitas vezes...!!)

6 - Em Janeiro de 2009 fiz nascer este cantinho. Já não sei muito bem qual foi a "pancada" que me levou a isso mas, apesar dos altos e baixos, não me arrependo. Além de isto só por si ser uma experiência literária memorável, é também fonte de experiências literárias memoráveis. Uma delas, e acho que nunca disse isto a ninguém (nem sequer à visada) foi o primeiro comentário no meu blog. Foi da Canochinha! Dá para acreditar? A Canochinha de quem eu adorava o blog Estante de Livros e as publicações no mesmo. Não bastava ter tido a imensa amabilidade de visitar um embrião de blog, que ainda foi super simpática e (melhor de tudo) elogiou-me! Fiquei nas nuvens!! Claro que hoje já se pode ter arrependido do elogio, mas não faz mal. Ainda hoje, e apesar de nem sempre deixar comentários,  sigo com carinho especial o blog dela.

7 - No dia 12 de Março de 2010 fui com a minha irmã a Lisboa. Ela era uma super fã da Saga Sangue Fresco e fez-me a cabeça em água até que eu concordei em levá-la à sessão de autógrafos com a autora. Afinal, não é todos os dias que podemos ter um livro autografado pela Charlaine Harris. Além de ter valido pelo ambiente, pelo local (o Cabaret Maxime), pela simpatia e boa-disposição da autora, pelo facto de ver finalmente a minha irmã contagiada pelo meu gosto por livros, valeu muito pela minha companhia na fila de entrada. Nesse dia conheci a Sofia, do Blog BranMorrighan. :) Foi a primeira pessoa que deixou o mundo virtual para passar à realidade, no que aos meus conhecidos diz respeito, e alguém que se tornou especial. Ainda bem que concordei levar a minha irmã a Lisboa!

8 - Na primeira semana de Novembro de 2010 (já eu não morava em Lisboa), ligaram-me da Presença para saber se queria entrevistar a autora Maite Carranza. Como raios é que ia dizer que não? Tinha lido os livros e tinha gostado bastante, além de que era uma oportunidade única. No dia 5 de Novembro, saí de casa, a 10km de Espanha e fiz mais de 200km até Lisboa para entrevistar uma autora espanhola (não deixa de ser irónico!). Valeu bem a pena! A coisa, que devia ter durado qualquer coisa entre a meia hora e os 45 minutos, prolongou-se por duas horas de amena cavaqueira. Além de gostar dos livros, fiquei fã da autora enquanto pessoa. Gostava de voltar a vê-la, foi uma empatia fantástica e instantânea que tão rápido não vou esquecer. Podem ler a entrevista aqui.

9 - Outra entrevista que gostei imenso de fazer (esta não se estendeu muito...) foi a Lian Hearn, a autora da Saga dos Otori. Foi no dia 14 de Maio de 2011, em plena feira do livro de Lisboa. Eu e o nosso Pequeno Ser (menina, eu sei que andas a ler e tens é preguiça de escrever as opiniões!! Estamos à tua espera....) fomos, todas contentes, até ao Parque Eduardo VII, para ouvir e massacrar a autora com as nossas perguntas. Nunca cheguei a publicar a entrevista (shame on me! Tenho que me redimir disto, sinceramente.) mas gostei imenso do bocadinho que estivemos as três à conversa e de ficar a saber mais sobre a saga e a autora. Por exemplo, sabiam que para escrever a saga, a autora viveu 8 anos no Japão? Ah, pois é...!!

10 - Por último, dia 18 de Abril de 2012 consegui arrastar a minha irmã e o meu namorado (coitado, o rapaz não se safa) até ao Teatro Villaret onde esteve o George R. R. Martin. Esperámos horrores de tempo sentadinhos no chão porque as pernas já doíam. Valeu, e muito, porque nunca se sabe se pode voltar a acontecer (o homem já não é novo e deve ter vastos problemas de saúde), valeu pela boa disposição do senhor, pelo livro autografado e, mais uma vez pelo meu namorado. Coitado!! 10 anos depois da primeira experiência do género (que deve ter sido traumática e já foi mencionada acima) deixou-se enganar outra vez mas aguentou com estoicismo digno de conto de fadas e, no fim, ainda me brindou com um sorriso e disse que o "Barbas" era porreiro. Isto só pode mesmo ser amor!! :) "Prometo" (dentro dos possíveis. Não te ponhas a jeito...) que nunca mais te arrasto para estas cenas.

Sem comentários: