quinta-feira, 15 de novembro de 2012

The mysteries of Udolpho

Título: The mysteries of Udolpho
            Vol. I, II, III, IV
Autor: Ann Radcliffe
Edição: Oxford University Press
Nº de páginas: 672

"The Mysteries of Udolpho follows the fortunes of Emily St. Aubert who suffers, among other misadventures, the death of her father, supernatural terrors in a gloomy castle, and the machinations of an Italian brigand."



Precisei de ler este livro por motivos académicos, mas pensei que não seria “uma seca” pois é literatura gótica, que eu até gosto bastante. Mal sabia eu o que me esperava…

A história gira em torno a uma heroína, Emily St. Aubert, a quem acontecem mil e uma desgraças. E qual é a resposta desta brilhante heroína face às múltiplas desgraças? Chorar e desmaiar. A mulher passa 90% do livro a chorar ou a tentar não chorar, a desmaiar ou desmaiada. A meio do livro estava à espera de que ela morresse de desidratação ou que, num dos seus desmaios, batesse com a cabeça nalgum sítio e fosse desta para melhor.

Além desta heroína extremamente activa (sarcasmo), o livro teve uma publicação em que o título completo era “The Mysteries of Udolpho – A romance interspersed with some pieces of poetry”, o que significa que, pelo meio, deparamo-nos com vários poemas. Sinceramente, achei que não contribuíam em nada para a acção e que só cortavam o seu desenrolar. Também não achei que a poesia fosse propriamente boa.

Não gostei muito do tipo de descrição e não foi por não gostar de livros descritivos (por exemplo, adorei a descrição pormenorizada do Ramalhete, n’Os Maias). O meu problema não é com descrições longas e pormenorizadas, o meu problema é que estas são… chatas. É essa a palavra. Levar duas páginas e meia (de uma letra mínima e sem espaçamento) a descrever aquela paisagem tão bela, com árvores tão bonitas e um rio tão maravilhoso que desperta sensações tão fofinhas e bonitas nas personagens que, como não podia faltar, acabam a chorar devido à beleza de tudo o que os rodeia é, simplesmente, chato. E se estas descrições fossem seguidas de alguma acção, a coisa podia compor-se. Mas não. A acção é lenta. Muito leeeenta.

Apesar de o livro ser grande (está dividido em 4 volumes, cada um com umas 170 páginas), tenho a sensação de que se falar de qualquer pormenor relacionado com a acção, estrago logo o livro. Até acontecem várias coisas, mas como cada coisinha que acontece é prolongada até à exaustão e depois resolve-se em parágrafo e meio, parece que não acontece nada ou que dava para condensar tudo num volume.

Além de achar que se desvendar o que quer que seja sobre a acção vou estragar o livro a alguém que o queira ler, a verdade é que acho que não retirei nada do livro e não vou inventar coisas para dizer. Se calhar o facto de o ter lido com fins académicos não ajudou muito, mas creio que se não tivesse sido por este motivo nunca teria pegado nele.

Boas leituras!

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