Vol. I, II, III, IV
Autor: Ann Radcliffe
Edição: Oxford University Press
Nº de páginas: 672
"The Mysteries of Udolpho follows the fortunes of Emily St. Aubert who suffers, among other misadventures, the death of her father, supernatural terrors in a gloomy castle, and the machinations of an Italian brigand."
Precisei de ler este livro por motivos académicos, mas pensei
que não seria “uma seca” pois é literatura gótica, que eu até gosto bastante.
Mal sabia eu o que me esperava…
A história gira em torno a uma heroína, Emily St. Aubert, a quem
acontecem mil e uma desgraças. E qual é a resposta desta brilhante heroína face
às múltiplas desgraças? Chorar e desmaiar. A mulher passa 90% do livro a chorar ou a tentar não chorar, a desmaiar ou desmaiada. A meio do livro estava à
espera de que ela morresse de desidratação ou que, num dos seus desmaios,
batesse com a cabeça nalgum sítio e fosse desta para melhor.
Além desta heroína extremamente activa (sarcasmo), o livro teve uma publicação em que o título completo era “The Mysteries of Udolpho – A romance interspersed with some pieces of
poetry”, o que significa que, pelo meio, deparamo-nos com vários poemas.
Sinceramente, achei que não contribuíam em nada para a acção e que só cortavam
o seu desenrolar. Também não achei que a poesia fosse propriamente boa.
Não gostei muito do tipo de descrição e não foi por não
gostar de livros descritivos (por exemplo, adorei a descrição pormenorizada do
Ramalhete, n’Os Maias). O meu problema não é com descrições longas e
pormenorizadas, o meu problema é que estas são… chatas. É essa a palavra. Levar
duas páginas e meia (de uma letra mínima e sem espaçamento) a descrever aquela
paisagem tão bela, com árvores tão bonitas e um rio tão maravilhoso que
desperta sensações tão fofinhas e bonitas nas personagens que, como não podia
faltar, acabam a chorar devido à beleza de tudo o que os rodeia é,
simplesmente, chato. E se estas descrições fossem seguidas de alguma acção, a
coisa podia compor-se. Mas não. A acção é lenta. Muito leeeenta.
Apesar de o livro ser grande (está dividido em 4 volumes,
cada um com umas 170 páginas), tenho a sensação de que se falar de qualquer
pormenor relacionado com a acção, estrago logo o livro. Até acontecem várias
coisas, mas como cada coisinha que acontece é prolongada até à exaustão e
depois resolve-se em parágrafo e meio, parece que não acontece nada ou que dava
para condensar tudo num volume.
Além de achar que se desvendar o que quer que seja sobre a
acção vou estragar o livro a alguém que o queira ler, a verdade é que acho que
não retirei nada do livro e não vou inventar coisas para dizer. Se calhar o
facto de o ter lido com fins académicos não ajudou muito, mas creio que se não
tivesse sido por este motivo nunca teria pegado nele.
Boas leituras!
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