terça-feira, 27 de novembro de 2012

Os Dragões do Assassino

Título: Os Dragões do Assassino
Saga/ Série: O Regresso do Assassino Vol.5
Autor: Robin Hobb
Tradução: Jorge Candeias
Edição: Saída de Emergência
Nº de páginas: 448

"Os Dragões do Assassino termina uma das séries de fantasia mais épicas de sempre. Por uma vez, todos parecem estar unidos num único objetivo: chegar ao dragão Fogojelo, sepultado sob o glaciar de Aslevjal. Uns pretendem libertá-lo, outros querem matá-lo. O que será que vai acontecer? No meio está o Príncipe Respeitador, preso pela vontade de paz a um casamento que depende da morte do dragão, mas ligado pela Manha a quem quer devolver ao mundo aquela grande vida. O dragão de Vilamonte, poderá ter uma palavra a dizer? E o Bobo, que profetizara que morreria naquela ilha; morrerá? No centro do turbilhão, como sempre, encontra-se Fitz, sempre o fulcro, sempre o Catalisador, sempre o agente da mudança. Que surpresas, que reviravoltas no fluxo do tempo poderá ele ainda causar?"



Os Dragões do Assassino vem encerrar a série O Regresso do Assassino de Robin Hobb. Por ser um volume que equivale à segunda metade do último livro na edição original, não há grandes "preliminares" e a acção prende o leitor logo no primeiro capítulo. É impossível "só deitar um olho", nas primeiras páginas começa tudo a acontecer.

Fitz e os companheiros encontram-se na ilha de Aslevjal com o intuito comum de alcançar Fogojelo, o dragão preso no glaciar. O único problema é que nem todos têm as mesmas intenções. Alguns membros do grupo pretendem soltá-lo e devolver os dragões ao mundo enquanto que, para outros, o mais importante é que Respeitador cumpra a sua promessa e deposite a cabeça do dragão na lareira da casa-mãe da sua noiva. Fitz está mais dividido que qualquer um dos membros do grupo e, simultaneamente, cresce dentro de si a preocupação com o Bobo e com o futuro por este previsto. É imperativo descobrir que é o misterioso homem de negro, alcançar o dragão e evitar a morte do Bobo. Todas estas tarefas exigem tomadas de decisão importantes e, em minha opinião, é este um dos pontos altos do livro. O evoluir de Fitz, o facto de termos um personagem cada vez mais forte, que começa a aceitar o seu passado, os seus erros e com uma vontade adulta de se redimir dos mesmos, toma decisões mais sábias e menos infantis.

Sendo o capítulo final dá saga, há algumas pontas soltas e arestas por limar. Hobb trata magistralmente desta questão proporcionando-nos um reencontro do leitor com personagens das quais sentíamos falta e, mais importante, o reencontro entre personagens que vem fechar algumas feridas e fases das suas vidas. Contudo, é este aspecto que dá um sabor agridoce ao livro. Se por um lado o leitor fica contente por pais reencontrarem e salvarem heroicamente os filhos, pelo assumir dos erros passados por parte de alguns e o aceitar de uma vida e novas condições por parte de outros; por outro lado, não deixamos de ficar literalmente com a lágrima no canto do olho com o final reservado a alguns dos nossos mais queridos companheiros nesta, já longa,  viagem pelos Seis Ducados. Há amores reencontrados, há novas relações de amizade e partilha mas esta é uma conclusão pejada de tristeza, morte, abandono e separação.

Adorei esta conclusão da saga, foi o melhor de todos os volumes, o mais bem conseguido e o que mais me tocou (se bem que estas coisas dependem muito do nosso estado de espírito quando lemos). Um desfecho magistral de uma série fantástica que, espero (a autora já disse haver essa possibilidade)  não seja a última vez que temos notícias de Fitz e do Bobo.

Podem ler um excerto aqui.

9/10

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