Título: O Cavaleiro de Westeros
Autor: George R. R. Martin
Adaptação: Ben Avery
Desenho: Mike S. Miller
Pintura: Mike Crowell
Tradução: Jorge Candeias
Edição: Saída de Emergência
Nº de páginas: 176
"O continente de Westeros é o cenário onde se desenrola a saga de George R. R. Martin, as Crónicas de Gelo e Fogo. O Cavaleiro de Westeros decorre cerca de cem anos antes do início do primeiro livro das Crónicas, no tempo do rei Daeron, com o reino em paz e
Quando a vida de um cavaleiro termina, a sua morte pode ser o começo de uma nova vida para o seu escudeiro. Intitulando-se de “Sor Duncan, o Alto”, o jovem Dunk parte em busca de fama e glória no torneio de Vaufreixo, mas também sonha em prestar juramento como cavaleiro dos Sete Reinos. No caminho, encontra um rapaz misterioso que está determinado em ajudá-lo na sua demanda. Infelizmente para Dunk, o mundo pode não estar preparado para um cavaleiro que mantém a sua honra. E os seus métodos cavalheirescos podem vir a ser a sua ruína… Uma história fascinante sobre honra, violência e amizade, pela mão do grande mestre da literatura fantástica: George R. R. Martin."
A SdE editou no passado
mês de Setembro, à semelhança do que tem vindo a acontecer com outras editoras
que tradicionalmente não publicam livros deste género, o seu primeiro livro de
Banda Desenhada. Talvez a novidade me tivesse passado um pouco ao lado não
fosse o facto do autor da dita ser Martin e ter lido, não há muito tempo, o
conto em prosa num outro livro desta editora. Na verdade, depois de ler a
versão original desta estória, e como fã das Crónicas de Gelo e de Fogo, não
podia deixar passar esta adaptação.
A curiosidade era muita
mas as espectativas não saíram defraudadas. Sobre a estória em si
pouco mais há a acrescentar à sinopse. Passando-se na época do rei Daeron II,
no início do declino dos Targaryen - pelo menos na minha opinião, dado que, nesta
altura, já nem há dragões - esta narrativa dá-nos a conhecer um pouco melhor
alguns dos personagens que os fãs das Crónicas apenas conhecem "de
nome" e mostra-nos que, tal como cem anos depois (até como nos dias de
hoje) os preceitos da cavalaria não eram praticados e defendidos pelos grandes
cavaleiros e senhores. Porém, como não podia deixar de ser, há sempre alguém
que se lembra que é seu dever proteger os mais fracos e oprimidos, defender
aquilo em que acredita e cultivar valores como a amizade, a caridade e a
bondade. Duncan, o Alto, um auto-intitulado cavaleiro andante, é um destes
personagens e por ir contra a ordem instalada acaba por se ver em
maus lençóis A estória atinge o clímax com uma batalha em
que se opõem 2 grupos de sete cavaleiros e que, nesta B.D, está muito bem a
nível gráfico.
No que respeita à
adaptação em si penso que Ben Avery conseguiu manter muito bem a narrativa e o
fio condutor da mesma não deixando pormenores pelo caminho pelo facto de se
tratar de uma B.D. Na verdade, a narrativa decorre no mesmo ritmo moderado que
a noveleta original, aqui muito suportada pelo texto em off. Os gráficos são
muito bons mas houve dois aspectos que não compreendi muito bem. Por um
lado, a opção de Egg ganhar milagrosamente cabelo assim que se descobre a sua
verdadeira identidade. É um pormenor, é verdade. Não sou nenhuma entendida em
B.D e muito menos nenhuma autoridade para criticar Miller, é igualmente
verdade. Mas também penso que o pormenor é importante... Por outro lado, não
percebi muito bem a questão da capa e contracapa dos "capítulos". Os
gráficos destas capas eram, por vezes, de estilos bastante diferentes do resto
do livro, não tinham, a nivel visual, grande ligação. Não gostei. Não sei se
nas edições americanas este detalhe também foi introduzido, se aqui aparece por
ser uma edição fiel à original, o certo é que não me agradou a nível estético.
Os fãs de Martin vão
gostar e pode agradar bastante a alguns leitores de B.D. a quem Westeros tenha,
até agora, passado um pouco ao lado.
6/10
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