quinta-feira, 12 de maio de 2011

O Regresso do Assassino

Título: O Regresso do Assassino
Autor: Robin Hobb
Tradução: Jorge Candeias
Edição: Saída de Emergência
Nº de páginas: 576

"Ele é um bastardo com sangue real.
Ele é um assassino com poderes malditos.
Ele é a única esperança para um reino caído em desgraça.
Atreva-se a entrar num mundo de perfídia e traição que George R. R. Martin apelidou de "genial". Atreva-se a acompanhar um herói que a crítica considerou "único". O Regresso do Assassino é o regresso da grande fantasia épica. Se está à espera de mais do mesmo, este livro não é para si. Caso contrário... bem-vindo a uma aventura que nunca irá esquecer!"

O cenário e a maior parte dos personagens são os comuns à Saga do Assassino, uma vez que a narrativa tem lugar quinze anos depois da estória que conseguiu apaixonar os leitores de fantasia um pouco por todo o mundo. Foi, por isso, com grande satisfação que me deixei levar uma vez mais pela mestria da autora e penetrei nos Seis Ducados para mais uma aventura.

Para todos os fãs da saga já mencionada, este regresso dos seus personagens e as novas viagens pelos seus mágicos e estranhos caminhos, são como um regresso a casa depois de muito tempo fora. É algo muito esperado, algo que nos agrada muitíssimo mas que de algum modo não nos preenche por completo pois, como em tudo na vida, nada é imutável. Não quero com isto dizer que não gostei, antes pelo contrário. Contudo, e talvez devido a expectativas demasiado elevadas, a leitura acabou por não ser aquilo que esperava.

Numa fase inicial, encontramos Fitz vivendo uma vida de eremita, numa cabana isolada, tendo por companhia apenas o seu lobo e Zar, o órfão que acabou por criar. A tão ansiada paz foi alcançada mas algo se agita no mais profundo ser do nosso protagonista e as visitas de Breu e do Bobo apenas conseguem acicatar esta nova inquietude que clama, mais uma vez, mudança. Estes primeiros capítulos são algo morosos para quem esperava mais acção. A autora opta por usar os momentos de introspecção de Fitz e as visitas dos seus antigos companheiros para nos pôr a par de tudo o que aconteceu nas vidas dos diversos personagens nos quinze anos que separam esta narrativa da Saga do Assassino. De algum modo isto tinha que ser feito e momentos há em que o reviver do passado é intrigante e até surpreendente, contudo são muitos capítulos muito parados em que a narrativa se arrasta quase sem acção.

Depois… bem, depois as coisas começam de facto a acontecer .

A Manha e os manhosos são de novo o centro das atenções de um povo que não tem, de momento, um inimigo externo a combater e Fitz é chamado a agir. Numa busca desesperada pelo herdeiro do trono, o príncipe Respeitador, Fitz acaba por se confrontar consigo mesmo e com os seus mais íntimos medos e desejos, acabando por sofrer fortes perdas e tendo que tomar decisões importantes para o seu futuro.

As duas semanas de busca são descritas, por vezes, de forma algo apressada enquanto que outras vezes se arrastam interminavelmente sem motivo aparente. A viagem acaba por nos parecer levar meses e o final, ainda que satisfatório, é bastante previsível. Penso que no fundo a descrição detalhada desta viagem apenas tem de positivo o facto de nos dar novos elementos sobre a Manha e os manhosos que, a meu ver, devem vir a ser um dos pontos centrais desta nova saga.

Concluindo, esperava um pouco mais da narrativa embora consiga antever uma continuação com maior acção e intriga dado que este volume parece ter servido, sobretudo, para colocar o leitor a par dos desenvolvimentos ocorridos em 15 anos de ausência de Fitz e para introduzir os novos personagens, bem como novos actores e cenários políticos possíveis. Ainda assim, adorei regressar aos Seis Ducados e penso que o mesmo acontecerá com todos os fãs desta autora. Aguardo com expectativa e muita curiosidade o próximo volume.
7/10

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