quarta-feira, 23 de março de 2011

A Eleita de Kushiel & A Promessa de Kushiel


" Terre d'Ange é um lugar de beleza sem igual. Diz-se que os anjos deram com a terra e a acharam boa... e que a raça resultante do amor entre anjos e humanos se rege por uma simples regra: ama à tua vontade. Phèdre nó Delaunay foi vendida para a servidão em criança. O seu contrato foi comprado por um fidalgo, o primeiro a reconhecê-la como alguém atingido pelo Dardo de Kushiel, eleita para toda a vida experimentar a dor e o prazer como uma coisa só. Ele adestrou Phèdre nas artes palacianas e nos talentos de alcova - e, acima de tudo, na habilidade de observar, recordar e analisar. Quando tropeçou numa trama que ameaçava os próprios alicerces da sua pátria, ela abriu mão de tudo o que lhe era mais querido para salvá-la. Sobreviveu, e viveu para que outros contassem a sua história, e se eles embelezaram o conto com tecido de mítico esplendor, não ficaram muito aquém da realidade. As mãos dos deuses pousam pesadamente sobre a fronte de Phèdre, e ainda não deram a sua missão por terminada. Embora a jovem rainha que jaz sentada no trono seja bem amada pelo povo, há quem creia que outro deveria usar a coroa... e aqueles que escaparam à ira dos poderosos ainda não acabaram as suas tramas de poder e vingança."



"Phèdre está presa e na iminência de se entregar à morte. Mas os deuses ainda não deram a sua missão por terminada... Um golpe do destino restitui-lhe a liberdade, e a misericórdia permite-lhe sobreviver a uma morte quase certa. Mas, embora a traição que pesa sobre o trono de Terre d'Ange tenha o seu desfecho iminente, Phèdre vê-se empurrada para longe da sua pátria, para terras desconhecidas e múltiplos perigos... Desespero, dor, traição, expiação... mas também prazer, júbilo, amizade e redenção. Cativa em terra estrangeira, sem o seu Companheiro Perfeito e os seus chevaliers, todos parecem querer impedi-la de salvar a sua rainha da ameaça que sobre ela paira. Mas, escrevendo direito por linhas tortas como fazem os deuses, Naamah, Kushiel, Cassiel e Asherat-do-Mar parecem conspirar para um culminar dramático em La Sereníssima. Triunfarão a honra e a justiça sobre as forças de cobiça e ambição? Logrará Phèdre denunciar os traidores que ameaçam Terre d'Ange e trazer a paz de novo à sua amada pátria? E ao seu coração atormentado?"



Dou a minha opinião destes dois volumes, como já fiz anteriormente com os dois primeiros da saga (aqui), porque ambos correspondem ao segundo volume na edição original. Na verdade, é impossível terminar a leitura do primeiro sem que uma louca compulsão para ler o segundo nos assalte.
Depois de tudo o que passou na Skaldia e no seu regresso a casa, Phèdre apenas quer paz e que a vida lhe sorria. Contudo, poucas são as vezes em que temos aquilo que desejamos e numa reviravolta do destino, com Melisande ainda desaparecida, a posição de Ysandre no trono de Terre d'Ange não parece tão consolidada, a intriga volta a tomar conta da vida dos personagens que nos habituámos a adorar e, mais uma vez, nada vai ser aquilo que parece.
Além da intriga palaciana que marca toda a saga e que nos faz pensar e maquinar estratagemas quase tão elaborados como os dos personagens, um dos pontos altos da narrativa é, sem sombra de dúvida, a carga emocional a que a autora sujeita alguns personagens. Se nos volumes anteriores já havíamos conhecido alguns dos dilemas e sentimentos mais marcantes de muitos personagens, aqui eles são completamente levados ao extremo, oscilando entre a mais pura alegria e o desespero, o júbilo e a loucura profunda marcada pela tristeza, levando o leitor a estados de espírito inexistentes até então. Os novos personagens que conhecemos nestes livros também marcam, cada um de sua maneira, e plenos de exotismo e orgulho deixarão marca no leitor. Espero sinceramente poder reencontrar alguns deles em volumes futuros.
Outro elemento que não posso deixar de referir, e tentando não cair em spoilers de monta, é o alargar da geografia desta trama. Na sua narrativa elaborada e cuidada, Carey leva-nos para novas paragens, mostrando-nos a magnificiencia e magia, bem como a beleza simples e a desolação completa que marcam novas terras pisadas pelos nossos personagens. Uma narrativa que me fez rever algumas cidades que conheço como se naquela altura lá estivesse realmente tal o cuidado empregue na descrição não apenas do todo mas dos pequenos pormenores. A escrita desta autora é realmente estonteante e contribui de modo marcante para que o leitor se debruce sobre esta saga de um modo especial, saboreando cada palavra, atentando a cada linha, desejando que as páginas não tenham fim.
Tal como no volume anterior, o final deixa antever um pouquinho do que pode estar para vir e deixou-me com uma enorme curiosidade relativamente a alguns personagens e temáticas tratadas mas não posso dizer muito mais sobre estes livros sem revelar elementos importantes e momentos-chave da narrativa. Espero não ter que esperar muito para poder voltar a encontrar-me com Phèdre...
Recomendo vivamente :)
9/10

1 comentário:

Anónimo disse...

Fico muito feliz por teres gostado!=D

beijo*