segunda-feira, 10 de maio de 2010

O Punhal do Soberano

Título: O Punhal do Soberano
Saga do Assassino, vol. II
Autor: Robin Hobb
Tradução: Jorge Candeias
Edição: Saída de Emergência
Nº de páginas: 381

"Fitz mal escapou com vida à sua primeira missão como assassino ao serviço do rei. Regressa a Torre do Cervo, enquanto recupera do veneno que o deixou às portas da morte, mas a convalescença é lenta e o rapaz afunda-se na amargura e dor. O seu único refúgio será a Manha, a antiga magia de comunhão com os animais, que deve manter em segredo a todo o custo. Enquanto recupera, o reino dos Seis Ducados atravessa tempos difíceis com os ataques sanguinários dos Navios Vermelhos. A guerra é inevitável e preparam-se frotas de combate para enfrentar o inimigo, mas o rei Sagaz não viverá por muito mais tempo. Sem os talentos de Fitz, o reino poderá não sobreviver. Estará o assassino real à altura das profecias do Bobo que indicam que o rapaz irá mudar o mundo?"
Neste segundo volume da Saga do Assassino continuamos a seguir os passos do jovem Fitz na corte de Torre de Cervo. Ainda que a Dama Paciência tente por todos os meios ao seu alcance dar-lhe uma educação melhor e fazer com que o jovem seja visto como algo mais que um bastardo, Fitz continua a não passar disso mesmo, um bastardo real aprendiz de assassino.
Após a sua fuga à morte, torna-se claro para o leitor que embora a Manha seja mais forte que o Talento no interior de Fitz, este último não se esmoreceu de todo carecendo apenas de aprendizagem e controlo. E este é um aspecto que me deixa curiosa, o uso que este personagem pode vir a fazer deste dom e as implicações que este tipo de acções possa vir a ter. O Talento é também um dos elementos que nos levam a compreender melhor as atitudes do monarcas de Torre de Cervo, contribuindo para os tornar mais humanos e menos frios, mas não é o único dom próximo do trono... Neste volume o leitor aproxima-se um pouco mais do bobo (personagem com a qual simpatizo bastante) e este revela-se muito mais do que um simples entretém para as tardes frias e monótonas da corte. Não posso adiantar muito mais sem entrar aqui em spoilers indesejados, apenas posso dizer que este personagem me semeou imensas dúvidas e possibilidades na mente e que me parece poder vir a desempenhar um papel muito mais importante na narrativa do que à partida seria de supor.
Não há muito mais a realçar no que respeita à estória em si, continuam os ataques dos Navios Vermelhos, Majestoso continua a congeminar para tentar chegar ao poder... as vidas dos personagens que nos marcaram pelo seu realismo no primeiro volume, continuam a seguir um rumo por vezes algo incerto mas sem grandes surpresas o que nos leva à sensação de que apesar da narrativa nos envolver de um modo que poucas o conseguem, apesar do encanto da escrita, este é uma qualquer espécie de volume de transição que nos prepara para algo que irá acontecer posteriormente. Não posso dizer que tal me tenha desanimado, há muitas questões que requerem resposta e o tom de promessa deixado por este livro é tentador demais para que lhe possa resistir... Vou ter que ler o próximo muito em breve.
8/10

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